Não sei se você já pronunciou essa frase. É o desabafo de uma alma exausta, perdida, enfraquecida ou desesperada. Para alguém gritar assim, basta uma noite preso em algum lugar; ou um dia vagando de hospital em hospital; ou a fome apertando; ou a dor que, mesmo com remédios, insiste em atormentar; ou o sorriso sarcástico de quem viu sua queda e se alegrou com isso.
Para alguém gritar assim, basta só mais uma ingratidão, mais uma crítica, mais um diagnóstico ruim, mais uma conta que não se conseguiu pagar mesmo trabalhando tanto… uma morte ou um abandono. Nossos limites são testados a cada dia, e é certo que a cada dia ficamos mais fortes.
Mas a vida também se supera em suas artimanhas e acaba criando formas de nos testar com mais força. Nessas horas de provação, algumas feridas anteriores ainda estão se curando e uma batida por cima só vai complicar. Hoje eu disse essa frase: “Eu não aguento mais!” Não me reconheço mais no espelho; sinto-me fraca e inútil. A dor tem me roubado o juízo. E agora?
Agora é continuar gritando, mas com palavras diferentes:
Apressa-te, ó Deus, em me livrar; Senhor, apressa-te em ajudar-me. Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram a minha alma; voltem para trás e confundam-se os que me desejam mal. Virem as costas como recompensa da sua vergonha os que dizem: “Ah! Ah!” Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam a tua salvação digam continuamente: Engrandecido seja Deus. Eu, porém, estou aflito e necessitado; apressa-te por mim, ó Deus. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; Senhor, não te detenhas. (Salmos 70:1-5)
Se você está como eu, faça coro comigo. Vamos gritar, clamar a Quem pode ajudar; Ele está ouvindo, e eu creio que responderá para o nosso bem. Enquanto isso… segure só mais um pouquinho.
Diana Flávia

