
Estudo revela que 81% dos brasileiros confiam no rádio, à frente de TV fechada e redes sociais. Foto: Reprodução
Uma pesquisa inédita da Ponto Map em parceria com a V-Tracker, divulgada pelo Valor Econômico, coloca o rádio como o meio de comunicação mais confiável do país, com 81% de credibilidade entre o público. O estudo “Credibilidade das Mídias” ouviu 2.051 pessoas em todas as regiões do Brasil e revelou que, apesar do crescimento das redes sociais, os veículos tradicionais ainda são a principal referência para informação de qualidade.
Ranking de confiança:
• Rádio – 81%
• TV fechada – 75%
• Mídia impressa (jornais/revistas) – 68%
• Aplicativos de mensagens (WhatsApp, Telegram) – 51%
• Redes sociais – 41%
Por que o rádio ainda é o rei da credibilidade? – Juliana Paiva, gestora comercial da Rede Antena 1 e diretora da Radiodata, destacou que o rádio tem características únicas que explicam sua força:
• 100% brasileiro e local – Mesmo em redes nacionais, mantém conexão com as comunidades;
• Auditado por terceiros – Dados de audiência são transparentes, sem manipulação;
• Gratuito e acessível – Funciona até em áreas sem internet ou energia estável;
• Regulamentação rigorosa – Legislação evita abusos e fake news.
Marilia Stabile, fundadora da Ponto Map, reforçou ao Valor Econômico o seguinte: “O rádio é o veículo mais democrático: chega a qualquer lugar do país e pode ser ouvido enquanto se faz outras atividades. Nele, se unem o jornalista local, que fala dos problemas da cidade, e os grandes nomes do jornalismo nacional”, destacou Marilia.
Acesso vs. confiança: o paradoxo das redes sociais – A pesquisa revela uma inversão preocupante: redes sociais são as mais acessadas (74% dos entrevistados as consomem diariamente), mas têm só 41% de confiança; aplicativos como WhatsApp têm maior credibilidade (51%), mas ainda ficam atrás do rádio e da TV. Segundo Marilia Stabile, o excesso de desinformação tem levado o público de volta aos veículos tradicionais: “A saturação de informações está fazendo as pessoas buscarem mídias que se responsabilizam pelo que publicam.”
Geração Z: consumidores de redes, mas crentes no rádio – Um dado surpreendente foi revelado pela pesquisa: a Geração Z (18 a 24 anos), apesar de viver conectada, prefere checar informações em veículos tradicionais. Isso mostra que, mesmo entre jovens, o rádio e o jornalismo profissional ainda são vistos como fontes confiáveis.
O que faz um meio ser confiável?
• Uso de fontes seguras (51% dos entrevistados valorizam isso);
• Clareza na apresentação de dados (35%);
• Qualidade do conteúdo (32%);
• Reputação do veículo e profissionalismo dos comunicadores.
Metodologia da pesquisa
• 2.051 entrevistados em todas as regiões do Brasil;
• Margem de erro: 2,2 pontos percentuais.
Amostra seguindo o Censo 2022 do IBGE
• Sudeste: 43%
• Nordeste: 26%
• Sul: 15%
• Centro-Oeste: 8%
• Norte: 8%
O Rádio resistindo à era digital – Enquanto as plataformas digitais dominam o consumo de conteúdo, o rádio prova que credibilidade não se substitui com algoritmos. Sua capacidade de adaptação – migrando para o streaming e mantendo o vínculo local – garante que ele siga não apenas sobrevivendo, mas liderando como a fonte mais confiável do Brasil. “O rádio não morreu, só se reinventou. E os números provam que ele continua indispensável.”
John Lima